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quinta-feira, 21 de abril de 2011

DL Abril - Nós, os Marcianos - Isaac Asimov

Boa noite, tudo bem? Continuando meus livros de Abril, do desafio literário, eu li hoje Nós, os Marcianos, de Isaac Asimov. Eu nunca pensei que um dia ia dizer isso, mas cansei de ficção cientifica... risos... e eu tinha mais um de reserva para ler este mês para o DL, mas acho que já deu... os marcianos me esgotaram.... risos....
Eu gosto muito do estilo do Asimov, e acho que não sou só eu, visto que muitos livros dele já viraram filmes - tais como Eu, Robô e O Homem Bicentenário - que aliás é um dos meus livros favoritos.



Como sempre nos livros de Asimov neste estamos em uma realidade alternativa, no espaço, a séculos a frente de nosso tempo real, com muitas naves espaciais e um misto de população - os Térreos e os Marcianos. Comecei a ler sem saber que era uma coletânea de quatro contos sobre o tema Terra - Marte, mas uma história meio que complementa a outra.
Os contos do livro são: Nós, os marcianos (que dá o nome ao livro); Mocidade; Nas Profundezas e Armadilha.
No primeiro conto os marcianos não são verdes e tampouco cabeçudos, são apenas herdeiros de uma colônia de humanos que vivem em Marte.  No livro vemos um mundo onde o desenvolvimento cientifico é tamanho que não precisamos mais de nenhum tipo de combustível fóssil, apenas água é suficiente para suprir as necessidades energéticas, mas Marte não tem água, então vive sempre em crise para realizar as tarefas das mais simples às mais complicadas. Depende da Terra para conseguir água. Parece que Asimov quis mostrar Marte como um subúrbio da Terra, um tipo de favela, onde vivem a maioria dos recuperadores, que seriam os catadores de lixo e sucata da atualidade. Esses recuperadores passam a maior parte do tempo em naves espaciais, correndo atrás de achados e soluções para os problemas que tem com a falta de água. E percebemos que os Marcianos são mais adaptados à vida no espaço que os Terrestres... Mas no final do conto percebe-se que algumas coisas nunca mudam, seja na terra ou em marte... e o amor é uma dessas coisas...
Outro dos contos mostra como exploradores de outro planeta se transformam em bichinhos de estimação, quando dois meninos encontram o que acham que são animais selvagens, porque a espécie desconhecida é composta  de pequeninos - tipo os liliputs na viagem de Guliver, ou ainda aqueles seres pequenininhos que vivem dentro do Grande Dave, no filme com o Ed Murphy. Imagina se você encontrasse duas dessas criaturas, e se estivesse em pauta um debate entre um industrial e um astrônomo se existe ou não vida em outro planeta? Neste conto os meninos querem esconder os selvagenzinhos e os levarem para um circo, mas, será que são eles os selvagens ou somos nós? O final é até polemico... mas vale a pena ler... é rápido e fácil ler este conto...
E algum de vocês já pensou em viver embaixo da terra? Talvez depois de assistir um daqueles filmes apocalipticos onde a vida é totalmente dizimada por um asteróide ou por explosões solares... eu já pensei, e pelo que li, Asimov também, mas ele foi além e contou uma história onde, depois que vários eventos - naturais e provocados - acabaram com a possibilidade de vida na superfície da terra, o sol enfraqueceu e toda a população teve que se adaptar e construir um mundo todo subterrâneo, para não ser extinta. E se a sobrevivência de todos nós dependesse de apenas uma pessoa? E o que seria melhor, ser como nós somos, presos a um único corpo ou poder assumir diferentes corpos e diferentes identidades? (tenho que confessar que tem dias que eu gostaria de mudar de corpo ou de identidade... risos...) Este conto, o terceiro do livro, explora isso... qual a melhor forma de sobrevivência no caos?
E por último o conto que mais gostei, apesar de ter me abstraído com os quatro, este é o mais longo e o que mais faz com que pensemos em como nossas decisões afetam nosso futuro. Com a exploração espacial e a conquista de outros planetas, os terráqueos agora possuem muitas colônias espalhadas pelo Universo, assim grupos são enviados para avaliação e descoberta de novos e antigos planetas para conquista. Neste conto, um grupo sai para avaliar um planeta, que a um século foi habitado e devastado pelos homens. Temos um ser com a memória altamente desenvolvida, que armazena e relaciona mais dados que qualquer super computador, mas não tem a capacidade de interpretar estes dados. Tipo um computador adolescente. Os especialistas tentam, com base nestes dados, encontrar uma solução para o que acabou com a antiga colônia, mas vemos depois que a solução já existia e foi abandonada em prol de novas tecnologias. Aí entra em pauta o psicológico, moral, cientifico e social do homem, da raça humana, aí percebemos o poder das escolhas e que nem sempre o que parece é realmente o melhor... tem coisas que não devemos abandonar e nem esquecer... Esse conto é uma lição para os que se fiam muito apenas em pesquisa, desenvolvimento e evolução tecnológica... Para aqueles que vivem apenas nos bastidores, atrás de computadores...
Ufa, acabei... acho que nunca escrevi tanto sobre um livro, mas é que este livro do Asimov nos leva muito a fundo, nos faz pensar... e cada história, mesmo completando a anterior, nós faz refletir no futuro da humanidade... ainda mais se continuarmos como estamos, sem mudar, sem cuidar... Ai de nós, e principalmente ai de nossas futuras gerações...

Leiam o livro... beijos e até mais com outros post...

2 comentários:

Anônimo disse...

Acabei de ler uma resenha do livro O Fim da Eternidade, e como voce tambem gosto muito do Homem Bicentenario. Este, eu nao conhecia, mas gostei muito!!! Boa resenha. beijos

Vivi disse...

Eu ainda tenho que me entrosar mais com FC. Ainda sinto uma sensação de estranhamento. Tanto que não consegui ler uma obra puramente FC até hoje. Continuo tentando...mas você, hein? Não é que teve uma overdose do gênero?...rs

Beijocas